Presidente da Câmara critica gastos com a Copa do Mundo
Sylvio Monteiro mostrou-se preocupado com o legado do mundial ao povo brasileiro
O presidente da Câmara Municipal, vereador Sylvio Monteiro, fez uso da palavra em tribuna durante a sessão ordinária desta quinta-feira (05), para demonstrar sua indignação em relação aos gastos públicos com a realização da Copa do Mundo. Para ele, o povo brasileiro acabará pagando a conta bilionária do mundial.
Sylvio iniciou seu discurso lembrando a alegria dos brasileiros quando o país foi escolhido como sede do evento, época em que a maioria das pessoas acreditou que essa seria uma grande oportunidade de crescimento econômico e social para o Brasil. Ele ainda destacou que a execução deveria ter sido planejada em curto e longo prazo. “Uma Copa não se faz apenas com estádios de futebol. O governo deveria ter pensado antes na infraestrutura de aeroportos, portos, metrôs, rodovias e rede hoteleira e os investimentos deveriam ter sido custeados pelo dinheiro privado e não público, como estamos vendo atualmente”, afirmou.
O presidente pesquisou e trouxe ao plenário dados relevantes sobre a Copa. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, o orçamento dos 12 estádios construídos ou reformados, que inicialmente era de 2,6 bilhões de reais, já ultrapassou a marca de 8,9 bilhões de reais. “Ainda há várias obras com seus orçamentos estourados como as dos aeroportos de Natal, Cuiabá, Campinas, Fortaleza, Salvador e, infelizmente, de São José dos Pinhais, o qual recebeu o maior investimento financeiro: seu custo inicial era de 41,3 milhões de reais e atualmente já está em 239 milhões, ou seja, um crescimento de 478% no orçamento”.
Ele ainda citou obras em atraso, como o corredor metropolitano de Curitiba, porto do Rio de Janeiro, monotrilhos de Manaus, entre outras e mais 52 obras que nem sequer saíram do papel e não serão realizadas. Sylvio mostrou-se preocupado com o legado deixado aos brasileiros, pois, segundo ele, na África do Sul – país sede da Copa do Mundo de 2010, o povo paga os gastos mensais dos estádios até hoje. “Não sou contra o evento, mas sim contra a forma equivocada que os governos federal, estadual e municipal conduziram o processo. Preocupo-me com o pós-Copa e com a conta gigantesca que ficará para a população, pois tenho certeza que a Fifa não pagará”, finalizou.
Renata Teixeira Gomes
Assessoria de Imprensa 05/06/2014