ESTÃO DOPANDO AS NOSSAS CRIANÇAS

ESTÃO DOPANDO AS NOSSAS CRIANÇAS:
 ALERTA O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL
         O presidente da Câmara Municipal de São José dos Pinhais, vereador Assis Manoel Pereira, fez uso da tribuna, durante sessão legislativa, nesta terça-feira (09), para fazer um alerta sobre o aumento excessivo de receituário do medicamento Ritalina para crianças no município.
         A constatação se deve ao número elevado de pessoas que, nos últimos meses, têm procurado o seu gabinete para pedir ajuda na compra do medicamento. “Devido a isto fui pesquisar para saber que remédio tão milagroso é este e confesso que fiquei assustado, pois se trata de um calmante infantil, um verdadeiro “sossega leão”, receitado para crianças com diagnóstico de Perturbação de Hiperatividade e Deficiência de Atenção – PHDA. O problema é que estudos recentes tem demonstrado falsos diagnósticos de PHDA, levando crianças absolutamente normais a ingerirem o remédio, só por serem mais levadas e bagunceiras”, relata o vereador.
         Ainda, segundo Assis, hoje é preferível indicar a Ritalina a enfrentar o desgaste de reprimir um bagunceiro. Citando um artigo da revista veja ele acrescentou “todos aqueles alunos que não prestam atenção no que a professora fala, que conversam durante as aulas e não conseguem ficar quietos em suas cadeiras são candidatos em potencial ao uso do remédio. É mais fácil tratar o menino como doente do que assumir que um adulto – no caso, o professor – não consegue controla-lo”.
       Também informa o presidente do Legislativo que só é possível efetuar um diagnóstico preciso quando vários sintomas persistirem por mais de seis meses, em diferentes contextos: familiar, escolar e extra-escolar. Para evitar diagnósticos precipitados é, por vezes, necessário que a criança seja avaliada por uma equipe pluridisciplinar, constituída por pediatra, psiquiatra, psicólogo e técnico do ensino especial. A informação fornecida pelos pais e pelos professores, mediante o preenchimento de um questionário relacionado com o comportamento da criança, é também fundamental para a realização de um diagnóstico correto.
         Ao encerrar sua fala o vereador ressaltou que “espero que estes comentários sirvam de alerta e encontre eco: primeiro para que os pais e professores revejam suas maneiras de pensar e de agir com relação ao comportamento das crianças traquinas; e segundo que os médicos, que prescrevem este calmante para as crianças, também revejam suas práticas”.

 
                                   Jornalista Nara Moreira – 09/10/2007

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