Aprovada moção de repúdio a falta de segurança na BR 376 e 116
A ocorrência de vários acidentes de trânsito e atropelamentos, inclusive com inúmeras mortes, em trechos da BR 376 que atravessam São José dos Pinhais, levou os vereadores do município a aprovarem moção de repúdio a Concessionária Autopista Litoral Sul e a Agência Nacional de Transporte Terrestre – ANTT. A aprovação do documento aconteceu durante sessão ordinária da Câmara Municipal, nesta quinta-feira, 02.
Na justificativa da moção eles colocam que com a concessão das rodovias federais fosse oferecido aos usuários benefícios como: segurança em todos os sentidos; preço justo de tarifas e respeito aos direitos fundamentais da população que utiliza essas rodovias. Isto, segundo os vereadores, não vem acontecendo.
Ainda, explicam eles, algumas concessionárias pouco melhoram ou cumprem com os seus deveres administrativos e até sociais, no sentido de reverterem à população um pouco do grande benefício financeiro que estão usufruindo de forma crescente e abundante. Também não acompanham a demanda de benfeitorias nas rodovias, geradas pelo crescente número de veículos que circulam nas estradas, e, o que é o pior, deixando a segurança do trânsito à mercê da sorte, o que tem resultado em um número cada vez maior de acidentes fatais.
Para os proponentes da moção, vereadores Carlos Machado e professor Assis Manoel Pereira, a indignação do povo é enorme diante da irresponsabilidade do Estado e dos seus concessionários. “Um exemplo do pouco caso são os vários manifestos e reivindicações, oriundos do povo e dos seus representantes, que não recebem atenção ou providências necessárias”, acrescentam.
O município de São José dos Pinhais, hoje classificado como um dos maiores produtores de hortifrutigranjeiros do Estado do Paraná e um dos maiores polos automobilísticos do País, da mesma forma, dizem os vereadores, sofre sensivelmente com a falta de segurança e equipamentos nas rodovias que cortam o seu território, hoje pedagiadas.
Exemplificando eles relatam que nas proximidades da BR 376 está sediada a Fábrica da Volkswagen, fato que ocasiona um grande tráfego de carretas e veículos dos trabalhadores, tanto daquela fábrica como das indústrias satélites da montadora. Também os produtores rurais dessa mesma localidade, levam suas colheitas desde a madrugada para o CEASA, feiras públicas e estabelecimentos comerciais da região metropolitana, gerando um grande fluxo de veículos leves e pesados. No km 628, existe um retorno, conhecido como “retorno da morte”, que é utilizado por esses usuários. No local também é observado que o espaço de aproximação é muito pequeno para a demanda, o que leva os veículos a ficarem na própria pista da rodovia expostos a acidentes, aguardando a oportunidade de retornar.
Os membros do legislativo são-joseense citam também que o Km 632, a comunidade de Roça Velha, aproximadamente 1.000 pessoas, e da Contenda, aproximadamente 5.000 pessoas, entre idosos, crianças, trabalhadores e donas de casa, precisam fazer a travessia, disputando com carros e caminhões, para poderem utilizar os serviços públicos que estão do outro lado da rodovia, como escolas, creches, postos de saúde, entre outros.
Outro ponto crítico mencionado fica no Contorno Leste, que também passa pelo município. A obra dividiu o Bairro Rio Pequeno em duas partes e para se ter uma ideia os moradores da Vila Jurema, com mais de 1.000 famílias, e os demais moradores da região, que estão do lado direito do Contorno Leste, de quem está indo para São Paulo, utilizam os postos de saúde, o colégio Estadual Elza Scherne e outros serviços públicos disponíveis, que ficam do outro lado do Contorno e têm a Rua Constante Moro Sobrinho como a principal via de acesso àquele Bairro, por onde todos, trabalhadores, estudantes e moradores em geral, precisam passar.
“Com a construção da rodovia do Contorno Leste, a Rua Constante Moro Sobrinho – que liga a Vila Jurema ao Quississana, Riacho Doce, Moradias Rio Pequeno e Suiça, entre outros, foi interrompida, obrigando as crianças e adultos, que cruzam a citada rodovia, a correr risco de morte, prova disto é que várias pessoas já perderam a vida naquela travessia” explicam Carlos e Assis.
A preocupação da Câmara Municipal com o assunto não é de hoje. Desde 2002 os vereadores vêm tratando do problema com os órgãos competentes, buscando uma solução, mas, até esta data, nada foi feito e acidentes e mortes continuam ocorrendo quase todos os dias. Por esta razão, os membros do legislativo são joseense repudiam a falta de atenção aos pleitos, no sentido de que medidas sejam tomadas para proporcionar segurança àqueles que necessitam usar a BR-376 e a BR-116, nos pontos já destacados, e apelam à Concessionária Autopista Litoral Sul e a Agência Nacional de Transporte Terrestre – ANTT, para que procedam: A imediata construção da passarela na BR-116, Contorno Leste, Km 97 (próximo ao Posto Túlio), trecho conhecido como “Contorno da Morte”; A Construção da passarela na BR-376, Km 632; A Construção da trincheira na BR-376, Km 628, trecho conhecido como “Retorno da Morte”, e a Realização de intervenções físicas nas rodovias que cortam o Município de São José dos Pinhais de forma a reduzir a velocidade dos veículos e garantir a proteção dos pedestres e ciclistas.
Jornalista Nara Moreira – 02/09/2010
Divisão de Comunicação
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